quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A teologia do medo e a escravidão do dízimo


As “Igrejas” nos dias de hoje, estão revivendo o cativeiro babilônico em seus cultos de louvor e adoração a deus (minúsculo), estão ditando normas e “padrões” a serem seguidos pelos seus empobrecidos membros.
O texto de Malaquias 3, pisca como um neon nas bíblias usadas nos púlpitos Brasileiros, basta a “igreja” ou o representante de deus (minúsculo) precisar de um dinheirinho, que no púlpito bradam aos quatro ventos heresias como: “vocês estão ROUBANDO de Deus, sonegando os seus dízimos e ofertas, vocês são como Ananias e Safira (este é o preferido), vão morrer por não trazerem os seus dízimos e ofertas a casa do tesouro. (mas onde fica esta casa, se meu tesouro está no céu? Onde nem traça nem a ferrugem o destroem.)
Mas os profissionais da pregação, são especialistas em extorquir dinheiro de viúvas e velhinhos aposentados, em sua ”grande sabedoria” criaram o “trízimo” e outras cozitas mais, com o intuito de ajudar os fieis dizimistas e agradar a deus, é claro, sem o menor interesse, afinal de contas aquele que administra o dinheiro é um “UNGIDO DE DEUS”, ele jamais se apropriaria do “sacrifício”, da carne ou da gordura que cabe a Deus. Ele é um sacerdote consagrado a deus, é um descendente mesmo quem espiritual de Hofni , sendo então responsável pelas “oferendas”colocadas nos gasofilácios.
Hoje os “fieis dizimistas”, são obrigados a comerem “lixo”, para poderem sustentar o luxo dos sacerdotes de baal. Os que não dizimam estão cometendo “estelionato divino”, o cara torna-se um tremendo “171 celestial”, perante toda a “santa” congregação.
Outra heresia que escutamos é a seguinte, “seu dízimo é necessário, para que se possa fazer a obra do Senhor”. E a “obra” do Senhor, consiste em pagar os autos salários dos “ungidos” e sustentar a empresa chamada “Igreja”? Qualquer semelhança com a venda de indulgencias da “Santa Igreja Católica Apostólica Romana”, não é mera coincidência é seguir um padrão que sempre funcionou, seja pelo medo, seja pela imposição, e sempre encheu os cofres das Igrejas.
E o resultado deste tipo de “toma lá dá cá” é que o pobre e humilhado fiel torna-se OBRIGADO a dar o dízimo mensalmente de sua aposentadoria. Quando ele faz isso, deus fica feliz e o abençoa financeiramente, mas..... quando ele não pode “cumprir com sua obrigação” (não importando à Igreja se o seu membro está com câncer e tem que gastar o dinheiro comprando remédios) neste caso deus lança sobre ele sua vingança “maligrina” e o detona financeiramente, pois todo “desobediente da palavra de deus é castigado”. (ps. Este deus é o minúsculo mesmo).
Heresias a parte.
O dízimo é bíblico, mas não é cristão . O dízimo pertence à velha Israel. Foi instituído por Deus para que se aprouvesse a nação de dinheiro para o seu sustento, pois Israel era uma Teocracia e o dízimo funcionava com sustento do templo e da tribo de Levi (os encarregados de cuidarem do templo e da adoração do senhor).
Ele, o dizimo foi na realidade dividido em três dízimos. Um dízimo dos produtos da terra, para se sustentar os levitas, que não receberam herança em Canaã.( Lv. 27:30-33) Um dízimo dos produtos da terra para patrocinar as festas religiosas em Jerusalém.(Dt. 14:22-27) E um dízimo dos produtos da terra para os levitas locais, órfãos e viúvas, a cada três anos. (Dt. 14:28-29). Porém estes dízimos eram dados a cada ano, ou seja, o fiel dizimista de Israel pagava 23,3% de sua renda anual e não 10% ao mês. (sem contar que uma parte era para as boas obras de caridade aos necessitados). Outro pequeno detalhe, Deus não mandou recolher dinheiro ou qualquer outro metas e sim os produtos da terra.
O mais sutil detalhe..... o dízimo era um produto da lei de Moisés aos Judeus.
Vejamos agora Lucas 16:16. “A lei e os profetas vigoraram até João; desde este tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça para entrar nele.” (ARA). Portanto se descartamos a lei, já que ela foi cumprida com o sacrifício vicário de Jesus, não temos obrigação de dar o dízimo para sustentar ninguém.
Assim nós não temos nenhum caso de Crentes no novo testamento dizimando, bem como não temos casos de sacrifícios de cabritos, pombas,....Após o sacrifício do Cordeiro o templo e suas leis foram destruídos, rasgou-se o véu, agora posso viver pela Graça.
Paulo nos afirma o seguinte: “ E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne; vos deu vida juntamente com Ele, perdoando todos os nossos pecados; e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu completamente pregando-a na cruz.(Colossenses 2:13-14KJN). (grifo meu)
Você ainda acha que devemos cumprir a lei? Se sim, você deve pegar os livros do Pentateuco e decorá-los e cumprir todos os seus mandamentos, incluindo preservar o Sábado, fazer a circuncisão, matar com pedras quem for pego em adultério.....(dá prá encarar?)
Já que somos Cristãos e não Judeus devemos nos orientar pela graça, doa a quem doer, eu não nasci da “Água-Espírito”, para satisfazer a vontade de um serzinho mesquinho que só pensa em suas finanças e em como engordar o seu salário, qual a “pregação mais eficiente”, qual a campanha mais rentável, como subir o faturamento da Igreja...
Eu saí dos mortos para louvar e engrandecer o nome de meu DEUS.
Paulo sabiamente nos adverte “ Pois nossa exortação não tem origem no pecado nem tão pouco em motivos impuros, muito menos temos qualquer intenção de vos enganar; pelo contrário, visto que somos homens de Deus, aprovados por Ele para nos confiar o seu Evangelho, não pregamos para agradar as pessoas, mas sim a Deus, que prova o nosso coração”.(1Ts 2:3-4 KJN).
Vem de Paulo a receita para as nossas ofertas :“ Cada pessoa coopere conforme tiver proposto em seu coração, não com pesar ou constrangimento, pois Deus ama o doador que contribui com alegria. Certos de que Deus é poderoso para fazer que toda a graça vos seja acrescentada, a fim de que em todas as áreas da vida, em todo o tempo, tendo todas as vossas necessidades satisfeitas, transbordeis em toda boa obra.” (2Co. 9:7-8 KJN)
Se alguém sente a necessidade de dar o seu dízimo ou oferta, (não importa o nome, quem gasta o dinheiro é sempre a mesma pessoa.) voluntariamente, fique a vontade, dê, pois pela lei da ceára quem muito semeia, muito colherá. Porém... o dízimo tal qual é enfiado garganta abaixo, como uma exigência, uma prova de fidelidade a Deus, é um crime e deveria ser considerado com “hediondo”, como a tortura , ele representa um opressão aos pobres pois estes são sempre os mais prejudicados, pois os “fariseus abastados”dão e não sentem falta, pois dão somente dinheiro, não dão Amor.
Jesus assim falou: “... Com certeza vos asseguro que esta viúva pobre contribuiu mais do que todos eles juntos. Porquanto todos os ofertantes deram aquilo que lhes sobrava; esta, porém, na sua extrema pobreza, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento!” (Lc 21:3-4 KJN).(grifo meu).
O dízimo mesmo sendo Bíblico não é Cristão. A Igreja primitiva não dizimava, no novo testamento ele é citado quatro vezes e nunca se fazendo referência aos Cristãos. Definitivamente ele pertence ao passado que foi limpo e cumprido na Cruz.

Nele, que nunca nos obrigou a nada.

Alexandre Lotti
S.Rdo. Nonato-Pi
Setembro/2010

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