terça-feira, 24 de abril de 2012

Igreja Transgênica


Por: Alexandre Lotti

Será possível? Mas o que vem a ser uma igreja transgênica?
                A definição de transgênico resumidamente é: “Transgênico é todo ser orgânico modificado ou criado pelas mãos do homem”.
                De posse desta informação e direcionando ela para a igreja ficamos assim: “ são todas as igrejas criadas para satisfazerem a vontade (vanglória) do homem, são aquelas criadas para realizar o “desejo do pináculo”.
                Os organismos criados para satisfazer as vaidades dos homens, são compostos quase que exclusivamente de “decididos”, quase todos os seus membros integrantes, um dia fizeram uma decisão por Jesus -como  se isso fosse possível-, um dia balangaram as mãos, buscaram no fundo do coração um “arrependimento”-enganoso é o coração- e se tornaram “vaquinhas do presépio doutrinal”.
                Em contraste a igreja orgânica, aquela criada pelo amor, segundo o Evangelho da graça, é composta quase que exclusivamente de “regenerados” de “metanóios”, aqueles que um dia perceberam seus erros modificaram suas vidas “tomaram suas cruzes” e passaram a servir e seguir a Jesus exclusivamente, passaram a percorrer o espinhento caminho da graça.
                Já os transgênicos, que estão figurados entre tantas “denominações”, possuem o desejo de serem a maior, mais próspera, a mais “inchada”, a que tem mais bancos cheios, a que tem o maior rol de membros, a que tem o melhor e mais poderoso “ungido de Deus” a que tem o “melhor e mais santo” pastor, a que tem até um apóstolo de plantão ou pai postulo como algumas. Todas estas igrejas com a exclusiva finalidade de serem mais um “negócio celestial”. 
                A grande maioria das “igrejas plantadas” tem por finalidade aumentar a captação de recursos pela santa madre precursora, tem como objetivo enaltecer o ego do “ungidão” que afirma: “ganhei muitas almas para Jesus, veja os templo cheios”, - como que em se enchendo os templos se está enchendo o céu-.
                Desde a sua plantação que se inicia geralmente com um grupo de “santos”(os intocáveis), que saem em busca de um local para “evangelizar”, onde se possa dogmatizar e doutrinar pessoinhas fragilizadas e desesperadas. Com estas informações geralmente procuram um imóvel para alugar, compram um grande equipamento de som, montam o palco e iniciam o espetáculo teatral, com muita música e encantamento, pois afinal, estão louvando a “Jesuis”. Os “levitas” são programados para conduzirem os fragilizados ao êxtase e logo em seguida quando estes, embalados pelo “hipnotismo - teatral” e tomados pelo “fogo do espírito ”se tornam abatidos, presas fáceis para o “ungidão” que desenrola uma sequência de estorinhas e contos, misturados a versículos bíblicos, que supostamente seriam o lastro de sua “pregação”, em seguida vem o ápice da cerimônia o “apelo” oportunidade única das pessoas aceitarem ‘Jesuis’ como seu senhor e salvador. Pois fora da igreja não há salvação, somente aqueles que querem e realizam uma confissão pública podem entrar no reino dos céus, já que a salvação é por mérito e por obras. (pelo menos na igreja transgênica)
                Assim se enchem as “casas de Deus” proporcionalmente superabunda as graças na conta bancária do “ungidão”.
                Já nos ajuntamentos de servos Cristãos, que geralmente são pequenos grupos, fora do domínio de qualquer “ungidão” e longe dos tentáculos das santas casas de deuses a coisa funciona assim, os pequenos grupos vão se ajuntando, lendo a palavra louvam verdadeiramente a Deus, passam a servir ao próximo, dedicam-se a tesedaká, caridade incondicional e sem interesse. E por incrível que pareça não ficam falando dos outros pelas costas.
                Eles passam a servir. Somente.
                Servir não é sair pelo mundo distribuindo folhetinhos e fazendo perguntas idiotas, como: “você conhece as 4 leis espirituais ?” , “você é uma boa pessoa?”, a onde você vai passar a sua eternidade?”, “....?”. mostrando assim a todos, que sua doutrina e seus dogmas lhe garantem um lote no céu, e que se o “fragilizado” pelas circunstâncias da vida se tornar um igual a você ele também vai morar no céu (mas a localização do seu lote vai depender dos dízimos e ofertas, feitos durante sua miserável vida).
                Servir e proclamar a Boa Nova, mostrar o amor do Pai na prática é mostrar as pessoas o que é ser um cristão e evangelizar é falar do amor de Deus, é dar o peixe, dar a vara, ensinar a pescar, providenciar o barco e garantir acesso as margens do rio para que se possa pescar é compra o peixe e assim garantir o sustento e viabilidade da vida daqueles a quem se chama de irmão. É cuidar do pescador e de toda a sua família, é garantir saúde e educação de qualidade.
                Fazer missão não é sair por ai dogmatizando as pessoas, tentando doutrinar o máximo de pessoas que encontrar, não é “catequizar os trouxas”, é levar o amor incondicional de Cristo a todos os que encontrarem pelo caminho.  Servir deste outro jeito é espalhar folhetins Americanos, é servir a velhos padrões, com a função de se encher os bancos das igrejas, é dar ênfase ao evangelho oral é focar o evangelho de homiléticas e oratórias, e jogar fora a função social e profética do Evangelho.
                O que estas igrejas transgênicas estão fazendo pelos mais necessitados? O que estão fazendo pela pobreza extrema? Pelos marginalizados? Pelos homossexuais?
                Estas igrejas, não fazem absolutamente nada, colocam a culpa na sociedade, jogam a responsabilidade para os governos e vão assim “empurrando com a barriga” o chamado de Cristo para servir o próximo. Afinal estas igrejas e seus “ungidos” tem mais o que fazer, para que se importar com os pobres, - já que os pobres sempre vão existir-
                Todos os “santos” e “ungidos” se sentem separados do resto do mundo e por isso os “condenados” não tem valor nenhum, eles vão todos para o inferno mesmo, pois não congregam, não dizimam e não dão gordas ofertas.
                Deus é o Deus dos excluídos, dos que tem fome sede e frio e não dos abastados, dos separados dos “crentes”. Ele é ABBA, um Deus que cuida dos Lázaros, das viúvas dos órfãos e dos excluídos.
                Esta igreja que está com os bancos cheios e simplesmente não olha para aqueles que realmente precisam de sua ajuda, com certeza ficará plantada na terra enquanto os “excluídos” os “mundanos” os “carnais” irão se encontra no caminho com ABBA.
                Enquanto a igreja empregar seu tempo e recursos, em congressos, em concílios em reuniões de “ungidos” em programas marqueteiros de evangelização, ela vai ficar, vai ficar cada dia mais longe da Ekklesia, da igreja família, da igreja orgânica da igreja do Pai, ela vai se ligar a uma videira de plástico cheia de luzes e neons brilhantes e dará frutos venenosos mais “bom de comer, sedutor de se olhar”, mais a seiva envenenada pela cobiça e avareza os impedirá de verem que estão nus e destituídos da glória de Deus.
                Jesus não mandou plantar igreja, Ele mandou fazer discípulos no amor do Pai.

                Nele. Que é o fruto da vida.

                Alexandre Lotti/2012

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