A igreja contemporânea a muito
deixou o seu primeiro amor, a igreja de hoje vive aturdida e em conformidade
com as “coisas deste mundo”.
A igreja deixou de ser a comunidade
dos que anunciam o evangelho e se transfigurou em uma casa de trocas em uma
casa de barganhas em uma casa de salteadores vestido com pele de cordeiros.
A igreja hoje não faz mais seu papel
social, se o faz é com segundas intenções, é com o intuito de “laçar” aqueles
que estão desesperados, os que estão sem rumo, é a evangelização do toma lá dá
cá. A igreja de hoje acolhe ao homem de anel de ouro no dedo e vestes
preciosas. Ela não é mais pura e desinteressada, ela não é incorruptível como
as primeiras comunidades, ao contrário ela é a materialização de toda a
vanglória e corrupção humana, é a casa dos salteadores.
A igreja hoje não visita os órfãos e
as viúvas em suas tribulações e já não se guarda sem a “mancha do mundo”.
A igreja tornou-se uma casa de
câmbio, uma casa de comércio, onde se negocia de tudo, desde um empreguinho
público- geralmente arranjado por políticos ‘crentes’ que abusam do nepotismo
santo- indo até a negociata da cura de um câncer terminal. Bastando para estes
fins uma “simples oferta”, uma “campanha” uma “fogueira santa do monte Sinai”
uma “unção com os 318”, uma “doação”, um “dizimo ou trizimo” bem gordo ou uma
esmola, o que realmente importa é o montante que entra para o gazofilácio, este
deve ser proporcional a graça desejada.
Os megatemplos da igreja de hoje são
casa de “mamom”, são os templos das deusas riqueza e fortuna e por tabela da
deusa luxuria.
A graça a muito deixou a igreja, e a
desgraça preencheu o seu lugar e a igreja, agarrando com unhas e dentes a tal
“teologia da prosperidade” que de Theos não tem nada, esta “linha financeira” é
hoje o carro chefe de muitas igrejas, passou a ser o estandarte sob o qual os
“ungidos” fazem sinais, maravilhas e macaquices também.
A simplicidade o amor aos pequeninos aos necessitados
deixou de ter qualquer significado, hoje o amor ao próximo é proporcional a
conta bancária deste.
A muito os “Apóstolos” deixaram de caminhar
sem levar uma túnica extra, e pregar o evangelho sem sequer levar outro
calçado, levando apenas o Amor no coração e a vontade de falar de Cristo. Hoje
os “ungidos”, não fazem sua “performance” se o cachê não for Gordo, se as
“ofertas” não forem abastadas. Hoje as igrejas provem de ouro e preta os seus
“ungidões” eles não mais falam de Cristo, eles falam de cristo, e não mais vão
a onde o povo deve estar, vão a onde a “oferta” é mais generosa, não vão a pé
ou a cavalo, vão de jatinho pois não podem mais perder tempo, visto que “time
is Money”.
A Igreja já não conta com os
“apóstolos dos pés sangrentos”, já não existem mais Paulos, Estevãos, bem como
tantos outros que deram suas vidas pelo Evangelho.
A igreja deixou de ser o “povo de
Deus a serviço do testemunho da presença do reino de Deus” (Jung Mo Sung).
Hoje a igreja se transmutou em um
“Renascer do capital”, em uma “Universal” busca pela fortuna e a satisfação
pessoal, uma busca pela “Graça” que não é de graça, mas comprada a peso de
ouro, a igreja se tornou uma máquina de fazer dinheiro.
Hoje quando se fala em missão, se
está falando em aumentar o faturamento, pois almas representam dízimos e
ofertas, quando se fala em ganhar almas está se falando em mostrar a
competência do “ungido” em aumentar o dinheiro em caixa, pois somente os “bons”
conseguem ganhar almas.
Mas ainda há esperança.
Ainda há um caminho da graça, um
caminho para a Graça de graça.
Vinde todos os que estais cansados e
sobrecarregados e Eu vos farei descansar. (...) porque meu julgo é suave, e meu
fardo é leve. (Mt. 11:28-30 RVP).
Nele que é Graça e nos deu a Graça
do Pai como um presente.
Lotti. 2012
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