quinta-feira, 28 de junho de 2012

A igreja hoje


            A igreja contemporânea a muito deixou o seu primeiro amor, a igreja de hoje vive aturdida e em conformidade com as “coisas deste mundo”.

            A igreja deixou de ser a comunidade dos que anunciam o evangelho e se transfigurou em uma casa de trocas em uma casa de barganhas em uma casa de salteadores vestido com pele de cordeiros.
            A igreja hoje não faz mais seu papel social, se o faz é com segundas intenções, é com o intuito de “laçar” aqueles que estão desesperados, os que estão sem rumo, é a evangelização do toma lá dá cá. A igreja de hoje acolhe ao homem de anel de ouro no dedo e vestes preciosas. Ela não é mais pura e desinteressada, ela não é incorruptível como as primeiras comunidades, ao contrário ela é a materialização de toda a vanglória e corrupção humana, é a casa dos salteadores.
            A igreja hoje não visita os órfãos e as viúvas em suas tribulações e já não se guarda sem a “mancha do mundo”.
            A igreja tornou-se uma casa de câmbio, uma casa de comércio, onde se negocia de tudo, desde um empreguinho público- geralmente arranjado por políticos ‘crentes’ que abusam do nepotismo santo- indo até a negociata da cura de um câncer terminal. Bastando para estes fins uma “simples oferta”, uma “campanha” uma “fogueira santa do monte Sinai” uma “unção com os 318”, uma “doação”, um “dizimo ou trizimo” bem gordo ou uma esmola, o que realmente importa é o montante que entra para o gazofilácio, este deve ser proporcional a graça desejada.
            Os megatemplos da igreja de hoje são casa de “mamom”, são os templos das deusas riqueza e fortuna e por tabela da deusa luxuria.
            A graça a muito deixou a igreja, e a desgraça preencheu o seu lugar e a igreja, agarrando com unhas e dentes a tal “teologia da prosperidade” que de Theos não tem nada, esta “linha financeira” é hoje o carro chefe de muitas igrejas, passou a ser o estandarte sob o qual os “ungidos” fazem sinais, maravilhas e macaquices também.        
             A simplicidade o amor aos pequeninos aos necessitados deixou de ter qualquer significado, hoje o amor ao próximo é proporcional a conta bancária deste.
             A muito os “Apóstolos” deixaram de caminhar sem levar uma túnica extra, e pregar o evangelho sem sequer levar outro calçado, levando apenas o Amor no coração e a vontade de falar de Cristo. Hoje os “ungidos”, não fazem sua “performance” se o cachê não for Gordo, se as “ofertas” não forem abastadas. Hoje as igrejas provem de ouro e preta os seus “ungidões” eles não mais falam de Cristo, eles falam de cristo, e não mais vão a onde o povo deve estar, vão a onde a “oferta” é mais generosa, não vão a pé ou a cavalo, vão de jatinho pois não podem mais perder tempo, visto que “time is Money”.
            A Igreja já não conta com os “apóstolos dos pés sangrentos”, já não existem mais Paulos, Estevãos, bem como tantos outros que deram suas vidas pelo Evangelho.
            A igreja deixou de ser o “povo de Deus a serviço do testemunho da presença do reino de Deus” (Jung Mo Sung).
            Hoje a igreja se transmutou em um “Renascer do capital”, em uma “Universal” busca pela fortuna e a satisfação pessoal, uma busca pela “Graça” que não é de graça, mas comprada a peso de ouro, a igreja se tornou uma máquina de fazer dinheiro.
            Hoje quando se fala em missão, se está falando em aumentar o faturamento, pois almas representam dízimos e ofertas, quando se fala em ganhar almas está se falando em mostrar a competência do “ungido” em aumentar o dinheiro em caixa, pois somente os “bons” conseguem ganhar almas.
            Mas ainda há esperança.
            Ainda há um caminho da graça, um caminho para a Graça de graça.
            Vinde todos os que estais cansados e sobrecarregados e Eu vos farei descansar. (...) porque meu julgo é suave, e meu fardo é leve. (Mt. 11:28-30 RVP).
           

            Nele que é Graça e nos deu a Graça do Pai como um presente.

            Lotti. 2012

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